Morcegos Boêmios

Amigo, meu raro amigo.

Fale o que quiseres comigo, respondo que quero para ti

Temos tal luxo fraterno devido ao respeito que em nenhum livro acadêmico já li

Assim deixaremos fluir nossa prosa, deglutindo as mais profundas discussões

Pontos de vista e opiniões, falaremos desde musica á nações às vezes até de tristes corações

Tomaremos a mais barata vodka, esqueceremos a tão intragável tristeza

Fumaremos algum cigarro industrial e talvez um da natureza

Às vezes ficaremos em silêncio, conversaremos mentalmente com algum compositor

Tudo aquilo que o artista falou será retomado em nosso diálogo com ardor

Falaremos mal do dourado galo urbano que insiste em acordar

Entretanto não iremos a nenhum astro acatar

Somente quando nossas energias intelectuais realmente quiserem dormir

Saberemos que está chegando a hora de partir

Iremos dizer que tal momento ficará para a história

Mesmo sabendo que será mais um arquivo em nossa memória

Enfim marcaremos para prosear noutra data

Despedir-me-ei lembrando que somos nata da nata.

                                                                                                                                                                                                                 F.J.M.